Faz dois anos que Akali recebeu sua atualização. Desde então, tem sido uma campeã problemática por uma série de razões: forte demais, conjunto de habilidades abrangente, sem fraquezas aparentes. Até mesmo antes de ela ser lançada nos servidores principais, os profissionais de League of Legends imaginaram os problemas que surgiriam com a atualização.
Bradford “CertainlyT” Wenban, designer da Riot Games, recebeu críticas negativas pela atualização. A comunidade ficou muito frustrada porque a campeã era tão forte que era quase impossível jogar com alguém com pouca mobilidade perto dela.
CertainlyT foi o responsável por diversos designs de campeões desprezados pela comunidade, como Yasuo, Kalista, Zoe e Aphelios. Quando a comunidade descobriu que era ele o encarregado da atualização de Akali, a resposta inicial foi negativa. Então o que deu errado?
Problemas com a antiga Akali
A antiga versão de Akali tinha um conjunto de habilidades mais simples: Q com alvo fixo, nuvem de fumaça que podia ser revelada por sentinelas de controle, habilidade em área próxima para limpar ondas de tropas e R com alvo fixo. Devido à simplicidade, ela virou uma campeã para quem não tinha habilidade. Não havia nenhuma dificuldade em apertar Q no alvo, apertar R para correr em direção a ele, e repetir até algum dos dois morrer.
Ela raramente entrava no meta, e assim sua taxa de vitórias nunca chegava a ser muito alta, devido à simplicidade das habilidades.
Problemas com a atualização
A atualização v8.15, lançada há dois anos, apresentou a nova versão de Akali. Ela trazia uma Akali muito mais carregada do que a atual, da versão 10.3. O novo conjunto de habilidades removia algumas fraquezas e adicionava uma forma de mostrar habilidade. Mas, além disso, adicionava uma mecânica indesejada ao LoL: furtividade “de verdade”.
As mudanças abaixo ficaram mais problemáticas com o tempo. Muitas mecânicas da atualização foram removidas à medida que a campeã virou escolha ou banimento obrigatório tanto nas ranqueadas quanto nos jogos profissionais.
- Q à distância, que causava muito dano, curava e limpava ondas de tropas em um golpe no nível máximo.
- Furtividade “de verdade”, que permitia que Akali se jogasse embaixo de torres inimigas sem nenhuma penalidade usando a nuvem de fumaça e fazendo manobras dentro dela para estender sua duração.
- Mobilidade insana com o novo E (Investida Shuriken) e a nova ultimate, três avanços que não exigiam alvo e podiam atravessar paredes.
- Breve atordoamento na ultimate, além de lentidão no Q, faziam com que fosse difícil lidar com ela na fase de rotas e nas lutas.
Ao longo do tempo, muitas dessas mecânicas foram removidas, como a cura do Q, a furtividade “de verdade” do W, o pequeno atordoamento do R e o “alvo livre” do R, à medida que a Riot percebia como a campeã estava cheia de mecânicas.
Jogo competitivo
Akali era de escolha ou banimento obrigatórios em muitas versões, mas, na temporada 2020, ela ainda não apareceu em nenhum jogo da LCS e da LEC. Ela foi banida em todas as 20 partidas de cada região.
A principal razão é que ela invalida campeões com pouca mobilidade com os avanços, algo especialmente forte contra os atiradores. Mesmo depois de diversos enfraquecimentos e remoção de várias mecânicas, ela continua problemática desde que foi atualizada.
Um campeão deve ter seus pontos fortes e fracos bem definidos para ser balanceado. CertainlyT fez tudo que podia com a atualização de Akali, trazendo ferramentas que não existiam antes, como “furtividade de verdade”, que permitiam passar por torres inimigas e abater inimigos sem hesitar ou sofrer. As ferramentas que Akali recebeu foram bem exploradas pelos profissionais, que combinavam jogadas agressivas com os jogadores da selva e garantiam abates fáceis. A mobilidade dela ainda é insana e um grande problema até hoje, mesmo depois de a “furtividade de verdade” e o pequeno atordoamento serem removidos e o dano da campeã ser reduzido.
Possíveis soluções
Apesar de a antiga Akali estar longe de perfeita, ela tinha fraquezas óbvias. Ela não conseguia eliminar um time inteiro com alguns toques no Q, não conseguia evitar surpresas inimigas e podia ser revelada por sentinelas de controle.
A Riot é fiel a sua filosofia, mas às vezes volta atrás e reverte campeões. Os exemplos recentes de Rengar e LeBlanc mostram que a Riot não é teimosa e não mantém atualizações se forem problemáticas.
Akali precisa ter fraquezas visíveis. Ela deveria ser revelada por sentinelas de controle, como sua versão antiga era. O E deve ter menor alcance na volta, para não deixá-la invencível na fase de rotas. Apesar de os ajustes recentes ao custo de energia do Q e ao R, que agora é uma habilidade de alvo único, terem facilitado as coisas, ela precisa de mais uma atualização para estar balanceada para os profissionais e para as ranqueadas. Um bom começo seria voltar às habilidades antigas e ajustar a partir deles. Apesar de não parecer ter graça e não exigir nenhuma habilidade, o conjunto antigo de habilidades dela era mais balanceado e mostrava pontos fortes e fracos mais definidos.
Futuro de Akali
A Riot tenta mudar Akali constantemente, ajustando dano, removendo mecânicas ou alterando tempos de recarga. As mudanças parecem deixar Akali sempre forte demais ou fraca demais, como tem sido nas últimas atualizações tanto nas ranqueadas quanto para os profissionais.
Se a Riot não quiser que a campeã continue altamente problemática, deve voltar ao ponto em que Akali era considerada saudável e partir dali.
Artigo publicado originalmente em inglês por Cristian Lupasco no Dot Esports no dia 06 de fevereiro.