Coldzera fala sobre ida de NiKo para a G2: “Ele tomou uma decisão profissional e temos que respeitar”

O astro da FaZe disse que a equipe não pretende contratar um jogador permanente antes de 2021.

Foto de Jak Howard via BLAST Premier

A FaZe Clan, potência internacional de CS:GO, perdeu uma parte essencial de seu elenco. NiKo, astro vindo da Bósnia, deixou a equipe após mais de três anos e meio e foi para a G2, se juntando a kennyS, um dos AWPers mais dominantes da história do jogo, e a uma dupla dos bálcãs: nexa e huNter-, que também é primo de NiKo.

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Coldzera, um dos principais nomes restantes na FaZe e amigo de longa data de NiKo, espera que NiKo dê seu melhor na G2 e que seja feliz por lá. “Ele tomou uma decisão profissional e temos que respeitar”, disse coldzera ao Dot Esports. 

O jogador, hoje aos 25 anos, lembra que parte da comunidade brasileira o chama de “traidor” por ter deixado a MIBR e entrado para a FaZe em setembro de 2019, em busca do sonho de jogar com NiKo. Os dois estão entre os melhores do mundo e coldzera foi considerado o melhor pela HLTV em 2016 e 2017.

NiKo e a G2 já estariam conversando desde setembro, uma época em que a FaZe estava enfrentando dificuldades após adicionar Kjaerbye a uma função em que ele não tinha tanta experiência. A FaZe acabou vencendo um título em outubro na IEM New York Europe, mas, aparentemente, não foi suficiente para convencer NiKo a ficar. Com NiKo de partida para a G2, a FaZe precisou chamar um velho conhecido, a lenda sueca olofmeister, para completar seu elenco a tempo da BLAST Premier Fall Series.

Foto de Jak Howard via BLAST Premier

Apesar de NiKo ter a habilidade de carregar quase toda partida, o bósnio acabou assumindo a função mais difícil do CS:GO: liderança dentro do jogo. Isso aconteceu até antes de karrigan, um capitão experiente e dedicado, deixar o time, no fim de 2018. 

“Quando entrei para o time, todos os jogadores estavam dedicados ao time, mas, no fim das contas, jogavam mais para o NiKo”, disse coldzera. Para o brasileiro, NiKo era um bom capitão, mas não sabia se adaptar muito bem a certas situações no meio da rodada.

“Ele deu seu melhor e foi uma experiência positiva de modo geral, especialmente porque não podíamos contratar outro líder e ninguém mais queria assumir essa responsabilidade”, explicou coldzera.

O astro admitiu que a equipe se fragmentou no meio da temporada e disse que não é possível correr para encontrar um quinto jogador permanente. Em vez disso, segundo coldzera, a FaZe vai tirar os últimos meses do ano para garantir que todos estejam confortáveis no time e buscar um líder dedicado, que traga a estrutura necessária ao elenco e garanta que todos estão jogando da melhor forma possível.

Por enquanto, coldzera assume a liderança na FaZe. “Acho que os jogadores do nosso time não estão nas posições ideais e não podem dar tudo de si se não estiverem confortáveis”, disse coldzera. Ele confia no seu inglês e disse que faria a FaZe jogar de forma mais solta, já que só teve três dias de treino com olofmeister. “Sabemos que temos ótimos jogadores e que podemos pegar os outros de surpresa, mas sabemos que será difícil, então vamos tentar nos divertir jogando.”

Foto de Jak Howard via BLAST Premier

Ainda não se sabe se olofmeister vai continuar na FaZe até o fim de 2020, já que ele chegou como substituto de última hora, segundo coldzera. O jogador sueco fez parte do elenco da FaZe até maio, quando decidiu se afastar da cena profissional por exibir sinais de exaustão e estar perdendo a motivação de jogar. Mas a instabilidade da FaZe, somada ao fato de todos os campeonatos serem realizados online devido à pandemia de coronavírus, afetou negativamente o desempenho de coldzera.

“Eu gosto de jogar presencialmente e é impossível sentir essa mesma energia jogando de casa”, disse coldzera. 

Não é coincidência então que esse seja seu pior ano, estatisticamente, segundo o HLTV. “Mesmo quando eu era o melhor jogador do mundo, eu era pior em partidas online”, lembra ele.

Quando o fim do calendário de CS:GO se aproxima, diversos times aproveitam o momento para mudar seus elencos e começa a dança das cadeiras. O próprio coldzera reconhece que ele e os outros jogadores podem receber propostas de outros times, mas ele quer construir um time que sobreviva a mudanças por um ano inteiro e possa levantar troféus.

“Alguns podem preferir sair para jogar em algum lugar onde usem seus idiomas nativos, o que não é meu caso”, explica coldzera. Sua posição foi firme: não pretende jogar em um time brasileiro no futuro próximo, apesar dos desejos de alguns fãs. Quando a MIBR decidiu deixar fer e TACO como reservas em setembro, o que fez com que FalleN também se colocasse como reserva, a comunidade brasileira instantaneamente pediu que eles se juntassem “uma última vez”. Os fãs chamaram isso de “Last Dance” em referência a uma série documental da Netflix sobre o último ano de Michael Jordan com o Chicago Bulls, lançada neste ano.

“É um projeto que atrairia a atenção da mídia, mas eu ainda quero jogar CS:GO para ganhar campeonatos”, disse coldzera. Ele, FalleN, TACO, fer e Lincoln “fnx” Lau formaram o melhor time do mundo em 2016 e venceram vários Majors seguidos de CS:GO. Mas, para coldzera, o que passou, passou. “Algumas organizações aproveitaram a oportunidade para criar expectativas sobre a ‘Last Dance’, porém eu acho que os jogadores não estariam nessa para vencer, mas para se divertir.”

Coldzera e a FaZe participaram da BLAST Premier Fall Series em 29 de outubro, jogando contra a BIG e a Complexity. Os times mais bem-colocados de cada grupo se classificam automaticamente para a final da BLAST Premier Fall, e os dois últimos participam do BLAST Premier Fall Showdown em novembro.

Artigo publicado originalmente em inglês por Leonardo Biazzi no Dot Esports no dia 28 de outubro.

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Jéssica Gubert
Jéssica is a writer, editor, and translator working at GAMURS since 2019, but with a lifelong experience in word games and TV shows. She can also be found at concerts or babbling about board games anywhere.