Os jogadores brasileiros da Ninjas in Pyjamas estão longe de seu melhor desempenho no Rainbow Six: Siege.
Os resultados da equipe nos últimos meses são bem diferentes daqueles do título de campeões e vice-campeões do Brasileirão R6 e do vice-campeonato mundial da Pro League, quando jogavam na Black Dragons no fim de 2017.
Os jogadores ainda pareciam a equipe mais forte do cenário nacional no Six Invitational em fevereiro de 2018, quando conseguiram a terceira colocação no mundial, que foi a melhor dentre as equipes brasileiras.
A organização europeia Ninjas in Pyjamas reconheceu os resultados e contratou os cinco jogadores em junho de 2018.
Mas o pijama pesou.
Depois da contratação, os jogadores foram eliminados na última colocação do torneio sul-americano OGA PIT e nas quartas de final da DreamHack Valencia 2018. Eles são os penúltimos colocados da atual temporada da Pro League latino-americana com uma vitória, dois empates e quatro derrotas.
O domínio do cenário internacional que parecia provável com a Ninjas in Pyjamas se tornou realidade só com os rivais brasileiros da Team Liquid, que foram campeões da etapa mundial da Pro League em maio deste ano e continuam em ascensão mesmo após um fim de 2017 abaixo da média.
E a queda da Ninjas in Pyjamas aconteceu no início da ascensão da Team Liquid. A criadora de Rainbow Six: Siege, Ubisoft, adicionou fases de escolha e banimento de operadores em cada partida competitiva e determinou que as equipes jogariam cinco rodadas seguidas no ataque e outras cinco na defesa em vez de alternar os lados a cada rodada. As mudanças entraram em efeito em maio de 2018, dois meses depois do lançamento dos novos personagens Finka e Lion no jogo.
Para o analista de Rainbow Six: Siege Guilherme “Guizão” Kemen, essas alterações de formato mudaram as estratégias mais usadas pelas equipes profissionais no jogo. “Talvez a dificuldade de adaptação ao novo estilo de jogo possa ter atrapalhado”, Guizão disse em uma entrevista ao Dot Esports Brasil.
A Team Liquid, por outro lado, parece ter melhorado por se adaptar melhor. Guizão acredita que eles têm “fundamentos táticos muito bem elaborados” pelo técnico André “Sensi” Kaneyasu e seu auxiliar Adenauer “Silence” Alvarenga. “São duas pessoas extremamente capacitadas e dedicadas que fizeram o time evoluir,” Guizão disse.
E a Ninjas in Pyjamas já precisou enfrentar outras equipes que também podem ter se adaptado com mais facilidade às novas estratégias, como a Team oNe e-Sports. Eles têm um histórico de títulos muito menor que o da Ninjas in Pyjamas, mas ainda assim conseguiram vencê-los por 6-3 na Pro League e empatar com a Liquid. “Desde a temporada passada, já falávamos que muitas equipes teoricamente ‘mais fracas’ poderiam vencer partidas contra outras que tem resultados mais constantes,” Guizão disse. “Então com a elevação do nível de jogo, o equilíbrio de partidas vem acontecendo.”
Se as outras equipes têm uma parcela de culpa na dificuldade da Ninjas in Pyjamas, os jogadores da própria equipe ficam com o resto da culpa. “Não acredito que a má fase em resultados da NIP possa ser atribuída a uma pessoa”, Guizão disse. Ele lembra que todos precisam voltar a jogar melhor em equipe para conseguir melhorar na segunda parte da Pro League. “Talvez uma compreensão melhor do que esteja afetando os resultados ruins deva fazer a melhora acontecer.”
E a Ninjas in Pyjamas tem tempo para estudar e consertar esses erros. Faltam sete partidas para o fim da temporada da Pro League, o que é suficiente para tirar a equipe do risco de rebaixamento e garantir uma vaga na fase eliminatória.
E da mesma forma que a Team Liquid teve sua má fase e hoje está no topo, o mesmo pode acontecer na Ninjas in Pyjamas. “Cada partida tem uma história diferente”, Guizão disse. “Não acredito que eles ficarão tão distantes assim do topo até o final da Pro League.”
Os ninjas poderão começar sua recuperação no próximo mundial do jogo, o Six Major Paris 2018 em agosto. Eles terão de sobreviver ao grupo com Fnatic, Mock-it Esports e os gigantes da Penta Esports para ir à fase eliminatória.
O torneio começa em 13 de agosto em Paris, na França, e tem o peso de ser o segundo e último mundial de Rainbow Six: Siege de 2018 fora do circuito da Pro League.